Kufwa
A essência da filosofia e espíritualidade Bantu era a energia vital, o vigor. Os rituais, as orações e a conexão com os Ancestrais e os espíritos da natureza eram o veículo para potencializar essa energia de vida.
Eles acreditavam que essa potencialização energética em vida, garantia também uma potencialização no pós morte... Pensar na línha de Kalunga como um espelho, uma boa vida = uma boa morte...
Para eles todo tipo de infortúnio era causado por influência de espíritos com a intenção de reduzir a energia vital que poderia vir através de aborrecimentos, perdas, brigas, doenças.
Eu lembro muito de entidades de Umbanda falando " kufar ", " Kufou ", e nós usamos essas palavras como sinônimo de morte, aliás, queremos traduzir tudo de forma literal: kufwa = morte
Mas as palavras são imbuidas de signos, conceitos que muitas vezes só fazem sentido para os povos originários dessas palavras, dessas linguagens.
Kufwa não é a morte literal, é a subtração da energia vital, é oq pode ocasionar a morte...
Como a essência Bantu é o bem estar da Muntu ( pessoa, a consciência de ser humano e sua plenitude ), eles recorriam ( e nós recorrermos ) a rituais e magias para revitalizar a energia.
Estar vivo é inclusive um meio de manter o contato e honrar os ancestrais, por isso as magias para fortalecer a vida.
Eles não temiam a morte, sim o que precede a morte...
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